Três notas marcam a actualidade política na Guiné-Bissau esta segunda-feira : Os membros do Governo demitido continuam no Palácio do Executivo ; elementos da polícia antimotim já se encontram no local ; os membros do Governo de Carlos Correia mantêm-se irredutíveis, e dizem que só abandonam o local à força.
A missão de mediação do Comité Interparlamentar da UEMOA desdobra-se em contactos com as autoridades, e há indicações em como a delegação da ONU em Bissau também tenta aproximar as partes desavindas.
Paralelamente a tudo isso, o líder do PAIGC, partido vencedor das últimas eleições, deu uma conferência de imprensa para voltar a acusar o Presidente guineense de atropelos graves à Constituição do país, com a nomeação do novo Primeiro-ministro.
Domingos Simões Pereira – entre várias acusações e reptos – desafiou o Presidente José Mário Vaz a mostrar públicamente a proposta escrita pelo Partido da Renovação Social a partir da qual autorizou que aquele partido indicasse o nome do Primeiro-ministro.
Ou seja, para o líder do PAIGC, está claro que não foi o PRS quem indicou o nome de Baciro Djá, mas sim o próprio chefe de Estado, que se prepara para instaurar um Governo da sua iniciativa até novas eleições.
http://pt.rfi.fr/guine-bissau/20160530-guine-bissau-continua-tensao-entre-o-paigc-e-o-presidente