Maputo – O líder da Renamo (maior partido da oposição em Moçambique), Afonso Dhlakama, confirmou hoje, sexta-feira, a criação de dois grupos de trabalho que deverão discutir questões militares e assuntos relacionados com a descentralização no país, vislumbrando-se, deste modo, para breve, o retorno do diálogo político.

LÍDER DA RENAMO, AFONSO DHLAKAMA, COM SEUS APOIANTES, VOTANDO EM ELEIÇÕES GERAIS
FOTO: CARLOS VAZ
Segundo Dhlakama, citado pela Rádio Moçambique, a emissora pública, os grupos vão ser constituídos por quatro membros, dois do lado do governo e o remanescente da Renamo.
“A partir da segunda-feira vamos criar novo grupo que vai tratar de assuntos da descentralização e militares”, disse o líder da Renamo, falando em teleconferência para uma reunião do seu partido na Zambézia, centro de Moçambique, de preparação das eleições autárquicas de 2018.
Ele acrescentou que “não posso precisar para quando vamos reiniciar o diálogo. Mas os grupos serão constituídos.”
No que diz respeito à presença dos mediadores, Dhlakama disse “esta fase vai decorrer sem a presença deles. O trabalho deles terminou. O que agora sobrou é o trabalho dos especialistas. Mas a qualquer momento poderemos chama-los.”
Na manha de hoje, o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou o fim da fase do diálogo político envolvendo os mediadores internacionais, apelando-os a manifestarem a sua disponibilidade caso sejam solicitados.
Na ocasião, o Presidente moçambicano disse ter endereçado cartas aos mediadores, exprimindo profunda gratidão dos moçambicanos pela sua contribuição para o alcance da paz.
“O povo moçambicano está verdadeiramente agradecido pelo vosso esforço na aproximação de posições entre o governo e a Renamo”, disse o Estadista moçambicano.