“Estou pronta para ir para a luta” – Carmen Pereira em 1961


Carmen Pereira e Amílcar Cabral no tempo da luta d elibertação da Guiné-Bissau e Cabo Verde -:

Como é sabido, foi quarta-feira 8, a enterrar em Bissau, Carmen Pereira, figura histórica da luta de libertação da Guiné e de Cabo Verde. A ela dedicamos no domingo 12 de Julho a rubrica “África. Vozes Femininas”  em homenagem à sua vida e acção em prol da libertação e progresso da África. Fazemo-la repropondo aqui uma entrevista que ela concedera a Dulce Araújo, na Cidade da Praia, por ocasião do Simpósio Internacional Amílcar Cabral que se realizou de 9 a 12 de Setembro de 2004, na capital cabo-verdiana. Carmen estava ali em representação do PAICG, histórico Partido da Independencia dos dois países e que estava então no poder na Guiné-Bissau.

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Já de bengala, forte, e imponente, assim como também bonita, simpática e disponível a conversar, Carmén Pereira, falou dos cargos que teve no âmbito da luta de libertação, na Frente de combate, como comissária política e como encarregada de Saúde. Foi também membro do Conselho Superior e do Comité Executivo de Luta, funções que a prepararam para outras tarefas na Guiné independente. Mas nos limitamos nesta conversa ao seu percurso de guerrilheira entre 1961 a 1974. Casada já então e mãe de três filhos, entrou na luta por um simples episódio de curiosidade, como ela própria conta.Ela enaltece também o papel desempenhado pelas mulheres na luta de libertação.

 

http://pt.radiovaticana.va/news/2016/06/11/estou_pronta_para_ir_para_a_luta_-_carmen_pereira_em_1961_/1236609

Bissau despede-se de Carmen Pereira

mediaCarmen Pereira empunhando a sua arma.1963-1973Fundação Mário Soares

O corpo de Carmen Pereira foi sepultado na  quarta-feira em Bissau. As exéquias fúnebres da antiga presidente do Parlamento da Guiné-Bissau, por indicação da família e da direção do PAIGC, foram conduzidas exclusivamente pelo Governo demitido.

 

Carmen Pereira foi a primeira presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau e também a única mulher a ocupar, interinamente, a cadeira da Presidência do país em 1984.

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A antiga combatente pela independência da Guiné-Bissau e dirigente do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) faleceu aos 79 anos de idade, no sábado, em sua casa, no seguimento de uma indisposição súbita.

Era uma das figuras icónicas do PAIGC, integrou a primeira mesa da ANP e era a única pessoa viva que tinha feito parte da mesa na sessão parlamentar em que Nino Vieira leu a proclamação da independência, a 24 de Setembro de 1973.

Presidiu a ANP em 1984 e durante alguns dias substituiu o chefe de Estado Nino Vieira. Carmen Pereira foi a primeira e a única mulher Presidente da Guiné-Bissau. E foi a primeira mulher a assumir o mais alto cargo de uma nação africana.

Até ao dia da sua morte, Carmen Pereira esteve ao lado do executivo demitido a 12 de Maio. Elenco que visitou no sábado passado.

As exéquias fúnebres da antiga presidente da ANP, por indicação da família e da direcção do PAIGC, foram exclusivamente da responsabilidade do Governo demitido. Mesmo que a nova equipa governamental tenha criado uma comissão para o efeito.

A organização do funeral não deixou contudo de ocasionar fricções entre o executivo demitido e o governo encabeçado por Baciro Djà, num contexto já por si cada vez mais tenso, com o apertar do cerco em torno dos membros do governo de Carlos Correia que continuam a ocupar o palácio do governo.

Mais pormenores com Mussa Baldé.

Fonte:http://pt.rfi.fr/guine-bissau/20160608-bissau-despede-se-de-carmen-pereira

MPLA lamenta morte de dirigente do PAIGC

 

Fotografia: DR

A direção do MPLA lamentou ontem, em comunicado, a morte de Carmen Pereira, dirigente histórica e membro do bureau político do PAIGC, sublinhando que o seu desaparecimento físico constitui uma perda irreparável e deixa um enorme vazio no seio dos combatentes da liberdade e da sociedade guineense.

 

“Foi com a mais profunda tristeza que tomamos conhecimento do passamento físico da Carmen Pereira”, lê-se no comunicado assinado pelo secretário-geral, Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse”, acrescentando que a malograda foi “uma destacada nacionalista e combatente da luta de libertação nacional, tendo dedicado toda a sua vida em defesa dos ideais da liberdade, da independência, da democracia e do progresso social da Guiné-Bissau”.
O MPLA inclina-se diante da memória de Carmen Pereira e exprime, em nome dos  militantes e simpatizantes, sentidas condolências à família e ao PAIGC. Durante o seu percurso, ocupou vários cargos políticos, entre eles a presidência da Assembleia Nacional Popular, em 1980 e em 1984. Nesse ano assumiu também a presidência da Guiné-Bissau, durante três dias, tornando-se na primeira Presidente de um país africano, na altura em que a nova Constituição foi aprovada.

Entre 1975 e 1980 foi presidente do Parlamento de Cabo Verde e da Guiné-Bissau e em Governos posteriores assumiu as pastas da Saúde (1981-83) e dos Assuntos Sociais (1990-91). Carmen Pereira esteve no sábado no Palácio do Governo, numa acção de solidariedade para com o Governo demitido a 12 de Maio pelo Presidente, José Mário Vaz. A dirigente histórica morreu sábado, aos 79 anos, na sua casa na sequência de uma indisposição súbita.

 

http://jornaldeangola.sapo.ao/politica/mpla_lamenta_morte_de_dirigente_do_paigc